terça-feira, 27 de maio de 2008

Amor em espera - Capítulo I

Estava um sol fulminante quando a senhora Ellen resolveu fazer um passeio a cavalo.
As palavras que acabara de ouvir não saiam de sua cabeça, juntamente com seus pensamentos que faziam entrecerrar as pálpebras afogadas de sua vida louca.
Serás orgulho? Pensou. Ou extravasamento de uma auto-satisfação inútil?

Mas quando recordavas de suas loucas histórias, depois de tê-las sentido tão lunaticamente, escapava-lhe um sorriso de uma felicidade insana, pois não sabia o que realmente era a felicidade, apenas aprendera a sobreviver.
E em seu intimo agradecia a Deus por tê-la concedido o poder de escolha, um poder que nenhuma mulher -pensava ela- não teve até então, pois sempre estavam paralisadas pelas ordens dos homens.

E isso Ellen nunca aceitou em sua longa e frenética vida. Ser dominada. Não era submissa, prendada ou fiel a ninguém.
O tédio que Ellen sentia agora era por não mais ter a jovialidade voluptuosa de outrora, pensava ela ser a causa de sua vida está tão sem prazeres ou com uma falta de graça onde lhe sobrara demasiado tempo para corrigir a néscia de seu filho desalmado.
Para Ellen nada era bom demais por muito tempo, pelo menos nada a satisfazia por muito tempo.
Uma mulher austera, vaidosa, inteligente e sagaz, com uma paixão peculiar que alternava entre seus amantes e seus biscoitos açucarados com recheio de chocolate.

Nunca deixou se levar pelas opiniões dos outros, mesmo em fase de frivolidade sempre soube exatamente o que queria.
Afinal, pensava ela, vizinhos futriqueiros não tinha nada que dar pitágoras onde não lhe diziam respeito e onde não tinham conhecimento do que é a verdadeira paixão pela vida.
Se freqüentassem estabelecimentos requintados como ela, iriam aspirar ao que jamais teriam - toda a fúria de uma paixão pela vida. Um lugar onde o conjunto de seus valores férreos não ajudaria no momento de fraqueza e acabariam sendo levados pela ilusão e perdição. E isso a intrépida Ellen sempre tirava de letra.
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