segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ano novo, vida velha.


Ano Novo. Ah Ano Novo. Sentados ficamos à mesa a te esperar. Mastigávamos preguiçosamente enquanto ouvíamos um som com batidas monótonas somente a te aguardar. Já havíamos esvaziados várias taças de um vinho seco qualquer, enquanto eu pensava no meu invencível e irremediável tédio.
.
Ano novo no verão. Ahh verão. Verão este que me enche de melancolia desconsolada com esse crepitar monótono dos grilos que me deprimem como um pesadelo medonho. Apesar do tédio que nos corroia, nós nos preparávamos para comemorar a chegada do Ano Novo com toda sua solenidade, porém com certa impaciência que o sono impunha.
.
Às vezes, quando até o ar que respiramos gelava de tanto tédio e reinava um silêncio solitário ficávamos a divagar sobre o que nos aguardava para o novo ano que se esperava. E depois de tanto pensar nos reconfortávamos com a idéia de que nada pior poderia acontecer conosco, já que estávamos numa vida de fracassos e desgostos. Afinal, o que mais poderia nos acontecer de ruim?
.
Amor, não houve, nunca houve, nem agora há e provavelmente nunca chegará. Não há mais virilidade, ousadia ou cordialidade e por mais amargura que sentisse por viver num asilo deprimido e solitário, tentava me esforçar para ter pensamentos ainda mais tristes e sombrios. Já fui ofendido, humilhado e também ofendi e humilhei toda a minha vida. Parece que de tudo já foi sofrido. Sim, então o que acontecerá?
.
É isso Ano novo. Em má hora eu vos aguardo. Eis que da vida me resta pouco. E agora me diga:
o que mais de ruim você me dará?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Aviso e agradecimentos

Em minha vida tenho encontrado muitas pessoas interessantes, desinteressantes, ateus, Inteligentes, ignorantes, enfim, de tudo um pouco. De vários me fiz amiga. De outros não, tampouco me fiz inimiga. Quase sempre concordo com eles, quase sempre não. E por aí vou, borboletando de flor em flor, algumas com espinhos, outras não. E hoje quero deixar meu agradecimento especial à esses novos amigos inteligentes, sem espinhos e tão bacanas. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sai Zumbido


Que a mosca que agora zumbe
à minha volta e me atormenta,

que ela adormerça esta noite
e assim permaneça.
.
Basta mosca insensata!
.
Que à entrada da noite você desapareça.
.
Se não eu te mato sua mosca azarenta.
.
Como dizia Goethe:
"E se o homem em sua dor se cala,
Um deus me permitiu dizer o quanto sofro."
.
Então eu digo quanto e como eu sofro da forma que eu quiser, certo?