segunda-feira, 26 de abril de 2010

Nós que aqui estamos, por vós esperamos.



Documentário “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”, dirigido por Marcelo Masagão, lançado no Brasil em 1999.

O diretor dá uma volta ao mundo passando por guerras, dirigindo o olhar para a conseqüente banalização da vida e da morte.

A arte mostra a nudez de várias formas.

Religiões como o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduísmo e o Candomblé são abordados como formas de buscar a Deus e Masagão “choca” o espectador ao mostrar uma criança “em alguma esquina do hemisfério sul”, a espera de Deus. Abandonada, indefesa, e ainda assim, viva. Recorda a paz budista de Mahatma Gandhi, no Tibet, que venceu resistências imperialistas sem dar um tiro sequer.

No portal a frase: “Nós que aqui estamos, por vós esperamos” deixa ao espectador perguntas e respostas que só a linguagem cinematográfica é capaz de produzir.

Sem falar nas belas músicas de Wim Mertens.

Apresento-lhes apenas uma parte que já deixa uma boa reflexão.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Brasília

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Brasília, minha cidade. Deixo aqui minha homenagem.

A Terra Prometida

Poder dormir
Poder morar
Poder sair
Poder chegar
Poder viver
Bem devagar
E depois de partir poder voltar
E dizer: este aqui é o meu lugar
E poder assistir ao entardecer
E saber que vai ver o sol raiar
E ter amor e dar amor
E receber amor até não poder mais
E sem querer nenhum poder
Poder viver feliz pra se morrer em paz

Vinícius de Moraes

"Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destas montanhas, aparecerá neste sítio a terra prometida, donde fluirá leite e mel"

São João Bosco


Dom Bosco, um santo italiano canonizado pelo Papa Pio XI na Páscoa de 1934. É considerado o visionário que anteviu Brasília. Está escrito que, na noite de 30 de agosto de 1883, Dom Bosco teve estranho e iluminado sonho místico. Ele o revelou durante reunião do Capítulo da Congregação Salesiana realizada em 4 de setembro daquele ano. O padre Lemoyne anotou tudo.

O santo conta que foi arrebatado pelos anjos e viajou com eles num sonho que não era só sonho. Mas visão, fato maravilhoso, profecia: o advento de grande civilização num lugar incompletamente definido. A latitude é apontada num amplo intervalo, cinco graus. Uma imensidão. Para muitos, a antevisão de uma nova cidade, que crêem tratar-se de Brasília. Está no volume XVI da "Memórias biográficas de São João Bosco".




E não para de vir pessoas de todos os lugares para morar em Brasília. Esta semana três pessoas me procuraram, uma de Porto Alegre, outra de Curitiba e parece que mais uma de São Paulo, vieram morar na nossa capital. Para minha surpresa, entraram em contato comigo pois querem dar inicio a um grupo de estudos budistas e conseqüentemente uma comunidade com práticas regulares.

Eu que tanto já reclamei da falta de grupos assim por aqui, eles começam a se estabelecer no cerrado. Que ótima notícia, não?
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E sim, temos o céu mais bonito do mundo.
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sonetos com Pipoca

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Ganhei um livro que, no mínimo, diria que caiu como um deleite para mim. O livro “Sonetos de Willian Shakespeare”. Quem já leu sabe bem do que estou falando, quem ainda não leu, não sabe o que está perdendo. Já conhecia alguns, mas nunca havia dado a merecida atenção.

Os Sonetos de Shakespeare constituem uma coleção de 154 poemas sob a forma estrófica do soneto inglês que abordam uma galeria de temas tais como o amor, a beleza, a política e a morte.
Fica claro que para Shakespeare o amor é um sentimento sublime e com isso ele o expõe em todas as suas formas e nuances.

Publicado em 1609, a obra Sonetos foi o último trabalho publicado de Shakespeare sem fins dramáticos. Os estudiosos não estão certos de quando cada um dos 154 sonetos da obra foram compostos, mas evidências sugerem que Shakespeare as escreveu durante toda sua carreira para leitores particulares.

Existem também vários e vários filmes que citam os sonetos. Entre eles, o filme “Razão e Sensibilidade”, premiado filme britânico de 1995, dirigido por Ang Lee e com roteiro escrito pela atriz Emma Thompson, com base em romance homônimo de Jane Austen (uma de minhas escritoras favoritas), publicado em 1811. E além disso ainda contém o soneto 96 que mais aprecio pela sua essência.
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Nada há que impeça.
Amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
È astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou."

No filme a Marianne (Kate Winsley) cita uma parte desse soneto, mas em uma tradução um pouco mais simples.


“... o amor só é amor se não dobra a obstáculos
E nem se curva a vicissitudes,
É uma marca eterna que sofre tempestade,
Sem nunca se abalar.”


Sonetos, filme, amor e pipoca. Ótima combinação.

É isso.

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sábado, 3 de abril de 2010

Belos e Insanos

Duas dicas de filmes pra quem é vaidoso ao extremo e acha que a vida se resume a beleza exterior. Ou para quem, como eu, simplesmente gosta de um bom filme.

Para começar vamos ao clássico livro “O Retrato de Dorian Gray" do Oscar Wilde, ou se você não tem tempo porque fica horas se olhando no espelho, pode também ir direto ao filme que já são três as adaptações para o cinema do famoso livro. Em 1945, o diretor Albert Lewin fez a primeira versão da obra, com George Sanders no papel de Lorde Henry Wotton e Hurd Hatfield como protagonista. Em 1970, uma versão alemã do livro foi produzida, sob a direção de Massimo Dallamano. E a mais nova adaptação de Oliver Parker que promete ser um dos grandes sucessos cinematográficos do ano, que eu obviamente já assisti também e achei ótimo o elenco selecionado para esse filme (E não se enganem com o ator que escalaram para o Dorian Gray, o filme não é para a garotada, eu diria que a classificação ficará para menores de 16 ou 18 anos).

E para fechar o final de semana com a certeza de que ser vaidoso demais pode levar a loucura, indico o filme “A Condessa” que relata a história da aristocrata húngara Erzebet Bathory, lembrada principalmente como uma das maiores serial killers da história. Protagonizado pela atriz francesa Julie Delpy que traz de volta o espectro de uma condessa sanguinária, apresentando uma das vilãs mais famosas da Europa acusada de trucidar centenas de mulheres jovens, segundo a qual ela se banhava no sangue de virgens por acreditar que isso lhe garantiria a juventude eterna e um rostinho de pele macia.


Eu gostei dos dois filmes, cada um com sua peculiaridade. O primeiro juntamente com a questão da vaidade mostra que não só a rotina ou aquela vidinha pacata cheia de tédio cansam, mas uma vida cheia de prazeres e luxúria em demasia, ao contrário do que alguns pensam, também podem enfastiar do mesmo jeito, o que deixou o Dorian Gray numa melancolia total. No segundo filme, já mostra a vaidade ligada as paixões insanas que por vezes podem levar a uma doidice tremenda, como no caso da Condessa que queria parecer uma adolescente para o seu amante, se banhando de sangue de moças virgens.