terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre Amores Inabaláveis

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Algum tempo havia passado. Sua vida não era a mesma. A rotina tornara-se agradável. O silêncio era sua bebida. Meditar era o prato principal. Seu corpo estava mais leve. Seu olhar ficará mais sério, talvez mais profundo. Seus lábios mais macios. As roupas haviam sido trocadas. Livros novos comprados. Filmes revistos. Músicas catalogadas. Novas amizades surgiam. Passos mais demorados. Respiração espaçada. Incensos acesos. Ciclos em harmonia. Impulsos controlados. Sem expectativas. Um pouco de esperança. Talvez um ressentimento. Coração apaziguado. Sonhos reestruturados. Noites bem dormidas. A vida continuava. Tudo mudara. A impermanência gritou. Mas o amor nunca se acabou.
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sábado, 18 de setembro de 2010

Música e Pipoca

Al Green - How Can You Mend a Broken Heart



Linda música.
Faz parte da trilha sonora dos filmes "Um Lugar Chamado Notting Hill" e "O Livro de Eli".

Tradução aqui

domingo, 12 de setembro de 2010

Oi


Faço coisas mesmo sabendo que poderão machucar.
Tento conduzir a situação, mesmo quando já está sendo conduzida.
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Tento mostrar maturidade, mesmo quando não consigo disfarçar nem a insegurança.
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Quero seduzir o que apenas se seduz por um momento e depois se apaga no tempo.
Gosto de imaginar encontros intensos de paixão e posso ficar suada de tanto pensar.
Gosto de ouvir adjetivos afogados em desejo.
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Escuto a chuva enquanto posso apenas sonhar.
Sinto intensamente o prazer que é meu, que é seu e de mais ninguém imaginar.
Posso me perder em carícias e amar como se fosse a última vez.

Às vezes me vejo em um barco furado e sei que provavelmente ele irá se afogar,
mas fico mesmo sem nunca pensar em pular.
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Iludo-me achando que está tudo sob controle, enquanto saboreio os tropeços da vida.
Tento alcançar o paraíso, mas também sei chegar no inferno.

Posso sentir um ciúme do que não é meu e do que é meu também.
Certamente que o que é meu, considero belo e amo profundamente.

A força que me move também me impele e escuto até as últimas pregas do meu coração.

E descubro que amo no fundo do coração senão a vida, e, na verdade
posso amá-la tanto quanto a odeio.
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Estou aqui ao acaso, porém posso fazer parte da sua vida.
Não me defina pelo que eu escrevo. Escrevo apenas coisas banais.
Assim sou eu. Agora me fale de você.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Amor



A dor de te amar
faz-me sentir o que somos e o que vivemos.
De ter o que não percebemos ou de amar o que não conhecemos.
Uma dor que nenhum alento cura,
conquanto me faz sentir a alma,
pois fico no limbo da morte pensando na vida.
Não tenho mais medo do vazio
Só assim eu aprendo, eu cresço e me aperfeiçôo.
Deixo-me sentir nua, sem segredos, tão aberta sem mistérios.
Deixo doer até o fim, onde não se há mais para onde ir
já se foram todos os caminhos explorados para o prazer, para o te ter
Dói, mas só quero ser for assim, sem razão, sem motivos
somente o prazer de estar com você
Uma vida sem te amar seria um oco, um vazio, um vácuo
e morrer nesta evasão me doeria mais do que
simplesmente morrer de tanto te amar, de tanto querer
mesmo sem te ter, de te tocar.
Prefiro assim, com todas as opções de um amor insano
aos olhos de quem nunca sentiu
um mergulho profundo
para não morrer sem antes te amar.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vida


A vida pode ser boa por si mesma

Estar viva é o suficiente

Não significa gostar do jeito que vivemos

O que realmente acontece não faz diferença

Pode-se até estar sofrendo

Mas estar viva é uma qualidade

Estar viva é uma experiência extraordinária.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Na Sua Presença


Quando olhamos nos olhos de alguém que amamos, o que vemos?
Quando meu olhar encontra os olhos da pessoa que eu amo eu não vejo pupilas nem íris
Mas uma presença sem nome que não é diferente da minha própria presença
Uma luz interior semelhante à minha própria luz
Não consigo julgar, conceituar ou classificar essa pessoa
Nem manter separações artificiais
O olhar me conduz além de uma aparente dualidade
Por isso não me ame apenas por telefone ou internet
Por mais íntima que seja a conversa
Por mais confortável e agradável que pareça
Sem os meus olhos nos teus
Tornar-se-á oblíqua e incompleta
E, tão pouco, diga que acabou
Sem o olhar, revelar-se-á obscuro e incerto.
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