terça-feira, 18 de agosto de 2009

Naquele dia, naquele parque...


..........Depois de algum tempo, ele resolveu mudar de vida. Mudar alguns hábitos que já estavam ultrapassados. Talvez assim vivesse melhor, mesmo sem ela e aqueles passeios que sempre faziam juntos. Resolveu então entrar numa academia, e depois de algumas semanas, seus músculos já faziam a camiseta esticar. Largou o livro e começou a olhar aquela foto que lembrava que um dia fora feliz com ela. Gostaria de pelo menos revê-la. Ma ela havia sumido. Disseram para ele que isso poderia acontecer um dia com sua falta de atenção, mas ele não acreditou e a deixou partir. .

.......Tentou ter notícias pelo jornal, mas nunca obteve respostas. Ele achava-se uma boa pessoa. Afinal de contas ganhava bem e não fumava, levava bem a vida e pagava seus impostos em dia. Ele teria sido um bom companheiro. Sabia disso. Preparava-se para isso: lia revistas e livros sobre o assunto. Mas ela simplesmente o deixara. Ele não entendia isso. Mas tudo bem, ele decidira não mais pensar nela, ela devia estar obviamente perturbada de sumir assim da vida dele. .

......Mas o que ele não sabia que todos esses pensamentos levianos se resumiam a uma mentira inábil para revelar que ele, na verdade, sabia muito pouco sobre companheirismo, amor e cuidado. Eis, porém, a verdade: ele encontrara a sua inutilidade quando esquecera sua cadela, tão estimada por toda a família no parque.

2 comentários:

Varotto disse...

Que triste!

O consolo é saber que, de qualquer forma, essa sociedade careta não toleraria esse amor entre espécies...

(final surpreendente mode: on)

Marina disse...

Entendo bem esse tipo de tristeza. Mas fico só pensando na cadelinha perdida.

Ótimo final. Quem poderia adivinhar?