......Já sentia o cheiro dos lilases, não se ouvia música, mas o aroma das flores e da terra se fazia sentir. Para onde olhava tudo parecia perfeito. Metade do céu tinha o rubor do pôr-do-sol. Permaneceu assim, em silêncio. Viajando pela atmosfera com seus sentidos como se pudesse voar. Havia nela a paixão de contemplar a vida. Gostava de ler livros que descrevia os meandros da alma humana.
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.....Passou sua tarde assim, deslizando pelos jardins, pelas avenidas, pensando em como seria viver uma vida sem compromissos, cobranças e regras. Apenas viver e sentir seu coração pulsando com alegria. Um dia ela ainda viveria assim, prometia isso pra si mesmo. Acelerou o passo, lembrou que já estava quase na hora de servir o jantar. Entrou no mercado, tirou a lista da bolsa e começou a ler a única poesia que fazia parte da sua vida. Arroz, feijão, farinha, ovos, cebola, papel higiênico, frango, detergente, maionese...
5 comentários:
Pelo menos, ela vive esses pequenos momentos de fantasia, vendo a poesia escondida no mundo. Tem gente que passa e não vê.
Belo texto! Já perdi as contas de quantas vezes precisei voltar de meus sonhos e literalmente cair na realidade.
Beijos na alma
Layla Barlavento
http://culpadowalter.blogspot.com
Passei só pra te desejar bom dia!
Beijos na alma!
Layla Barlavento
http://culpadowalter.blogspot.com
Bella viajada...
Que linda essa primeira parte! Dizem que o pôr-do-sol aí em Brasília é bonitão.
Ah, mas a vidinha real não deixa de ter sua poesia também...
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