terça-feira, 3 de março de 2009

Ela. Ele.

Era somente um dia a mais, como outro qualquer. Lá estava ela distraída, com pensamento em coisas banais. Talvez naquele dia ela não tenha percebido o que estava acontecendo, mas o que houve naquele momento não voltaria mais no tempo, e nem palavras para que as descreva.

Ficou extasiada ao conhecê-lo. Ficou emudecida com tal habilidade que ele tinha com as palavras, apesar de sua timidez impedir que ele se soltasse mais. Mas bastou um olhar para que ela se perdesse nele. E assim foram, embolados, seduzidos no ritmo de suas conversas. Ela conseguia ser mais aberta com seus sentimentos, ele guardava para si. Ela falava, ele corava. Ele tentava se abrir loucamente, balbuciar alguma coisa, mas era difícil para ele reconhecer que ali estaria sempre seguro. Ele tinha medo. Medo do que ele talvez não poderia suportar, ou descobrir que era exatamente aquilo que sua vida almejada suportar no momento.

Somente aquilo. Nada mais. Algo simples, porém peculiar em sua intensidade.Ela acabou, enfim, tropeçando em suas próprias palavras. Um tropeço proposital, para perder um pouco daquela nostalgia, das regras, das preliminares, perder o equilíbrio para que pudesse ser amparada pelas mãos dele.

O entusiasmo foi suficiente para que a partir dali não houvesse outra coisa a ocupar-lhes os pensamentos ou outra vontade que não a de ver o outro. Já não haveria mais sossego nas noites solitárias, ele lhe roubara o sono, ela lhe roubara a melancolia.

E assim começaram uma vida nova, mesmo que tudo não saísse dali, mesmo sem um pequeno toque, mas ela sabia, ele sabia, que era o suficiente para viverem aquela paixão, na medida certa, nem muito, nem pouco, apenas uma paixão que vem como uma brisa.
**

16 comentários:

Marina disse...

Pareceu-me um romance de pessoas que se conheceram na internet. Sem nenhum toque. Apenas palavras. E a contínua necessidade de arrancar as máscaras.

Lindo, Barbarella. Beijos!

Anônimo disse...

é assim mesmo que acontece, vem de não sei onde, vai-se sabe-se lá quando, mas é gostoso demais.
beijo
Benno

Marcio Sarge disse...

Nunca vivi uma paixão que não fosse sem muito, é que tudo era muito pouco.

Anjo, estava com falta daqui :)

Beijos

NiNah disse...

Tive a mesma impressão da Marina. Gostei do seu texto.
Bjos

Edson Nunes / disse...

Muito interessante o blog, conteúdo atrativo e layout bacana!

Parabéns!

Mehazael disse...

Oi, Barbie (posso chamar de Barbie, ou aih jah é muita intimidade? vou corar, hem...). Tudo bom?
Bem sutil o texto, bonito. Só que eu achei ele meio vago. Única crítica. Posso?
Mas talvez o meu comentário tb seja um pouco vago. Bom, gostei, mas tem outros teus que gostei mais.
Mas continue, q permanecerei aqui para palpitar, ok ;-)
Sou chato, mas sou um cara bacana (tem como ser os dois?)
Bjs

Laila disse...

Ah, eu gostei. Mas não consegui ter a impressão de romance pela internet, porque já nos primeiros instantes comecei a imaginar os olhares, as falas, os desvios de olhos, aquela coisa toda que faz um romance. Ao vivo e a cores.

Beatriz disse...

Gostei do texto. Mas, paixão vem como vendaval. Se a dela veio como brisa ela é uma sábia, uma fada

Ígor Andrade disse...

O texto ficou massa. Deveria ter mais capítulos.
Grande abraço!

Rounds disse...

belo texto. você escreve bem. parabéns pelo blog.

bj

Botão World's disse...

Quero saber mais sobre ele e ela! *-*
Gostei do seu blog, visite o meu se quiser! ^^ Bjos!
;*

V.H. de A. Barbosa disse...

Parece o preâmbulo de muitos namoros que vejo por aí, acredito que até o meu!

J Araújo disse...

Uma linda história. Parabéns pela criatividade.

Bj

P! disse...

Tão leve, tão intenso. E tão fofo!

Magna Santos disse...

Gostei muito. Texto na medida certa, nos levando a visualizar a cena. Para mim, nada de internet, muito real, com troca de olhares e coração na boca.
Mas, talvez escrever seja mesmo um exercício de generosidade. Depois de escrito e publicado, cada um sente como lhe fala mais ao coração, mesmo sendo diferente da idéia de quem escreveu.
Beijo.
Magna

Cleo disse...

Lindo o texto, a tua dança com as palavras, adorei. Magicamente conduzindo os sentimentos.
Beijos carinhosos, uma semana esplêndida
Cleo