terça-feira, 12 de outubro de 2010

Não Pensar, Apenas Viver


"Em luta, meu ser se parte em dois.
Um que foge, outro que aceita.
O que aceita diz: não.
Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é.
Agora. No que está sendo.
Pensar no que ainda não veio é fugir,
buscar apoio em coisas externas a mim,
de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço.
Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar,
mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem.
Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar.
Entrar nela significa viver."
Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sendo dramática


............Sem muito o que falar, persuado-me a pensar se este blog merece o acolhimento de vocês, a cujo proveito, sacrifiquei os melhores anos da minha vida, empreendendo esta obra superior ás minhas forças, e cabedais, que por vezes, descorçoada á vista de um tropel de dificuldades, que por um momento pensei em abrir mão. Assim aconteceria se não me dominasse uma simpatia por este meio virtual encantador e conjuntamente me alentasse amigos inteligentes e simpáticos, alguns até receosos de que os meus trabalhos e fadigas me levassem à sepultura. Aceitem esta pequena e breve nota ainda que inferior ao meu desejo de expressar o que me vai à alma, contudo com amor para vocês.

Obrigada a cada amigo(a) que por aqui passa, e desejo-lhe por mui dilatados e felizes posts.

De uma dramática blogueira que assim se encontra numa fase tensão-pré alguma coisa.


Barbarella

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre Amores Inabaláveis

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Algum tempo havia passado. Sua vida não era a mesma. A rotina tornara-se agradável. O silêncio era sua bebida. Meditar era o prato principal. Seu corpo estava mais leve. Seu olhar ficará mais sério, talvez mais profundo. Seus lábios mais macios. As roupas haviam sido trocadas. Livros novos comprados. Filmes revistos. Músicas catalogadas. Novas amizades surgiam. Passos mais demorados. Respiração espaçada. Incensos acesos. Ciclos em harmonia. Impulsos controlados. Sem expectativas. Um pouco de esperança. Talvez um ressentimento. Coração apaziguado. Sonhos reestruturados. Noites bem dormidas. A vida continuava. Tudo mudara. A impermanência gritou. Mas o amor nunca se acabou.
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sábado, 18 de setembro de 2010

Música e Pipoca

Al Green - How Can You Mend a Broken Heart



Linda música.
Faz parte da trilha sonora dos filmes "Um Lugar Chamado Notting Hill" e "O Livro de Eli".

Tradução aqui

domingo, 12 de setembro de 2010

Oi


Faço coisas mesmo sabendo que poderão machucar.
Tento conduzir a situação, mesmo quando já está sendo conduzida.
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Tento mostrar maturidade, mesmo quando não consigo disfarçar nem a insegurança.
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Quero seduzir o que apenas se seduz por um momento e depois se apaga no tempo.
Gosto de imaginar encontros intensos de paixão e posso ficar suada de tanto pensar.
Gosto de ouvir adjetivos afogados em desejo.
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Escuto a chuva enquanto posso apenas sonhar.
Sinto intensamente o prazer que é meu, que é seu e de mais ninguém imaginar.
Posso me perder em carícias e amar como se fosse a última vez.

Às vezes me vejo em um barco furado e sei que provavelmente ele irá se afogar,
mas fico mesmo sem nunca pensar em pular.
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Iludo-me achando que está tudo sob controle, enquanto saboreio os tropeços da vida.
Tento alcançar o paraíso, mas também sei chegar no inferno.

Posso sentir um ciúme do que não é meu e do que é meu também.
Certamente que o que é meu, considero belo e amo profundamente.

A força que me move também me impele e escuto até as últimas pregas do meu coração.

E descubro que amo no fundo do coração senão a vida, e, na verdade
posso amá-la tanto quanto a odeio.
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Estou aqui ao acaso, porém posso fazer parte da sua vida.
Não me defina pelo que eu escrevo. Escrevo apenas coisas banais.
Assim sou eu. Agora me fale de você.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Amor



A dor de te amar
faz-me sentir o que somos e o que vivemos.
De ter o que não percebemos ou de amar o que não conhecemos.
Uma dor que nenhum alento cura,
conquanto me faz sentir a alma,
pois fico no limbo da morte pensando na vida.
Não tenho mais medo do vazio
Só assim eu aprendo, eu cresço e me aperfeiçôo.
Deixo-me sentir nua, sem segredos, tão aberta sem mistérios.
Deixo doer até o fim, onde não se há mais para onde ir
já se foram todos os caminhos explorados para o prazer, para o te ter
Dói, mas só quero ser for assim, sem razão, sem motivos
somente o prazer de estar com você
Uma vida sem te amar seria um oco, um vazio, um vácuo
e morrer nesta evasão me doeria mais do que
simplesmente morrer de tanto te amar, de tanto querer
mesmo sem te ter, de te tocar.
Prefiro assim, com todas as opções de um amor insano
aos olhos de quem nunca sentiu
um mergulho profundo
para não morrer sem antes te amar.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vida


A vida pode ser boa por si mesma

Estar viva é o suficiente

Não significa gostar do jeito que vivemos

O que realmente acontece não faz diferença

Pode-se até estar sofrendo

Mas estar viva é uma qualidade

Estar viva é uma experiência extraordinária.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Na Sua Presença


Quando olhamos nos olhos de alguém que amamos, o que vemos?
Quando meu olhar encontra os olhos da pessoa que eu amo eu não vejo pupilas nem íris
Mas uma presença sem nome que não é diferente da minha própria presença
Uma luz interior semelhante à minha própria luz
Não consigo julgar, conceituar ou classificar essa pessoa
Nem manter separações artificiais
O olhar me conduz além de uma aparente dualidade
Por isso não me ame apenas por telefone ou internet
Por mais íntima que seja a conversa
Por mais confortável e agradável que pareça
Sem os meus olhos nos teus
Tornar-se-á oblíqua e incompleta
E, tão pouco, diga que acabou
Sem o olhar, revelar-se-á obscuro e incerto.
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Aproveitando Cada Momento

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Quem faz meditação sabe o que é sentir a vida pulsar a cada momento se tornando uno com tudo ao seu redor. Mas existem outros momentos, fora da meditação em que de alguma forma, também transcendemos esses momentos e ficamos em alfa. Pode ser lendo um livro, escutando uma música, fazendo uma caminhada, conversando com um amigo, etc.

Um desses meus momentos, por incrível que pareça, é na aula de spinning. Mais especificamente quando o professor coloca uma música da violonista Vanessa Mae (no vídeo abaixo).

Eu simplesmente sinto o vento bater no meu rosto como se estivesse pedalando numa trilha e não em uma academia. Sinto o nascer do sol no meu corpo, sinto o cheiro da natureza e sinto uma profunda respiração em sintonia com a vida. Sinto meu corpo suado queimando toda energia negativa. Sinto a felicidade de viver. Posso me imaginar abrindo os braços e simplesmente agradecendo a vida por ser como ela é, e sorrindo para ela.

Então aumente o som, ponha a carga pesada na bicicleta e venha pedalar comigo.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lua




Sempre tão suave na luz da manhã
tão amada e esperada todos os dias
sua solidão pode arder e estar cansada ao final do dia
e talvez abatida contra a luz que morre
No final, assim como brilha sua iluminação
a escuridão também é certa
algumas palavras não mudam a direção
e não entrarão suaves ao anoitecer
porém, a lua mesmo que só
sempre volta
mais forte do que nunca
para tudo recomeçar
e brilhar.


Para uma lua que, mesmo de longe, brilha na minha vida.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Clarice Lispector



Última entrevista de Clarice Lispector, em 1977, concedida ao jornalista Julio Lerner.

Apesar de ser fã de suas obras ainda não havia assistido esse vídeo e fiquei impressionada com seu jeito sério e tímido. Como disse Olga Borelli "Defini-la é difícil. Contra a noção do mito, de intelectual".

Clarice Lispector morreu ainda moça, pois de sua imaginação criado­ra muito ainda se esperava, os leitores e críticos e exegetas, que cedo se apaixonaram pela sua importante e linda obra.

"Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, Todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a tua amante humilde, entrelaçada a ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo E receber como resposta 0 amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de te amar, Sem odiar as tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada E mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar."

Clarice Lispector

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Amor é Poesia; Paixão vale uma Crônica.

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Ele disse que a amava
ela rapidamente acreditou
Ele disse que lhe daria a lua e as estrelas
ela rapidamente acreditou
Ele disse que viveriam juntos para sempre
ela rapidamente acreditou

Mas um dia...

Ele disse que havia sido um impulso
Ele disse que tudo estava acabado
Que ele havia se enganado, não era amor
Ela não acreditou

......................Demorou
.................................................... Aprazou
............................................................................... Negou
..................................................................................................... Brigou
..............................................................................................................................Chorou


Até que um dia
enfim
Ela resolveu acreditar!

Ah, as mulheres...
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Liberdade para voar



Deixei alguns pensamentos voar
Já não me encontro mais lá
Deixa eu festejar
A vida saborear
E no fim desses passos
Encontrei-me
Abraçando liberdade
Libertei-me
Próxima parada,
Sem pressa

Apenas voar.

Temple Grandin


Sensacional o filme que conta a história de Temple Grandin, diagnosticada com autismo na infância, a qual conseguiu superar as dificuldades impostas pelo seu autismo (como pensar em ‘imagens’ e conectá-las) até tornar-se especialista altamente reconhecida no manejo de animais, onde foi responsável pela "diminuição" de sofrimentos dos animais em batedouros. Temple é PhD em ciência animal, engenheira, escritora, cientista em comportamento animal, professora da Universidade do Colorado. O filme mostra uma grande história de superação. A atriz Claire Danes atua no papel da engenheira que hoje, aos 62 anos, é uma das grandes porta-vozes da causa “autistas.

Nascida em 1946 formou-se engenheira por inspiração de um professor que, percebendo o interesse da menina em construir uma máquina de abraçar, orientou-a a seguir essa carreira.O roteiro do filme se baseia em seus dois livros autobiográficos, "Uma menina estranha" (Cia das Letras) e "Thinking in pictures", sem tradução brasileira.

Diagnosticada como autista aos dois anos de idade, Temple Grandin passou por momentos difíceis enquanto estava na escola, onde era chamada pelas outras crianças de gravador por repetir o que era dito sem parar. Depois de sair do colégio, ela possuía notas para freqüentar diversas universidades e escreveu uma série de artigos sobre o comportamento animal.

O mundo necessita de todos os tipos de mentes.

Palestra com Temple Grandin falando sobre como a sua mente funciona (Clique em view Subtitles para assistir com legenda em Português). Compartilhando a sua habilidade de "pensar em imagens", que a ajuda a resolver problemas que cérebros neurotípicos não conseguiriam. Ela traz à tona que o mundo precisa de pessoas com o espectro autista: pensadores visuais, pensadores em padrões, pensadores verbais. Indico para todos que gostam de aprender sobre o comportamento, seja ele humano ou animal.

Essa palestra me fez lembrar de um livro que tive o prazer de ler quando fiz a minha graduação em psicologia, o livro "Inteligência Múltiplas" de Howard Gardner. A Teoria das Inteligências Múltiplas é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única. Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner identificou 7 inteligências, que são elas: lingúística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Mas isso é assunto para outro post ou a Barbarella correrá um sério risco de ser conhecida como enfadonha e prolixa. De qualquer forma, quem quiser saber mais sobre as inteligências múltiplas, pode deixar o e-mail que mandarei alguns artigos que abordam esse tema.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"Sou o mestre do meu destino. Sou o capitão da minha alma."

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."De dentro da noite que me cobre,
Negra como a cova, de ponta a ponta,
Eu agradeço a quaisquer deuses que sejam,
Pela minha alma inconquistável.

Na cruel garra da situação,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob a pancada do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.


Além deste lugar de ira e lágrimas
Avulta-se apenas o Horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e me encontrará destemido.


Não importa quão estreito o portal,
Quão carregada de punições a lista,
Sou o mestre do meu destino.
Sou o capitão da minha alma."


Invictus é um poema do poeta Inglês William Ernest Henley. Ele foi escrito em 1875 e publicado pela primeira vez em 1888. Nelson Mandela citou-o como fonte de inspiração durante seu tempo na prisão.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sempre a Impermanência...



Nós nunca sabemos quando se dá exatamente aquele rompimento de uma fase para iniciar outra. Nós nunca percebemos quando exatamente se dá aquele clique, aquele despertar, aquele entendimento de que você está livre de uma situação, de um sofrimento, de um momento, de um amor, de um amigo, ou de você mesmo. E provavelmente nunca iremos saber em qual momento exato nosso coração pode respirar novamente.

Somente uma coisa podemos saber, que esse momento a qualquer hora sempre chega.
E o sol sempre volta a brilhar.
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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tempo


Em algum momento da nossa vida precisamos de um tempo para descansar.
Em algum momento da vida precisamos de um tempo.
Tempo de plantar e tempo de colher
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar
Tempo de chorar e tempo de dançar
Tempo de abraçar e se despedir
Há tempo de perder e tempo de ganhar
Tempo de se afastar e silenciar
Estou no meu tempo sem tempo
Não importa o que passou e nem o que está por vir
É tempo de construir

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Devaneios

Na foto: Dita Von Teese

Ama-me se quiser
Ou sonhe que um dia
Sua mãos já se aqueceram junto as minhas
Que já sentiu meus contornos junto aos teus
Sua luz brilhou no meu olhar
Que já dançamos em frente a lareira
Que minhas palavras sussurraram
Um sussurro lascivo aos seus ouvidos
Que um dia um beijo nos entrelaçou
Que um dia conhecemos as sensações mais intensas
Unimos nossos destinos e desejos
Eu e você, sentindo-nos
Em um só corpo
Um só coração


Não meu amor
Foi apenas um devaneio
Esse dia nunca existiu.

sábado, 10 de julho de 2010

Cheia de charme


Nunca fora tão bela
Possuía algo indefinível
Resultado das circunstâncias
Seus desejos
Seus pesares
Tudo resolvido
Ter-se-ia dito que nem um artista
Captaria tal harmonia
Tinha inflexões mais sedutoras
Algo sutil e penetrante
Deliciosamente irresistível.


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Essa vida tem seus segredos...

"... This life holds its secrets like a sea shell holds the sea, soft and distant calling like a fading memory. This life has its victories but its defeats tear so viciously. This life holds its secrets like a sea..." .... ......... ......... This street That man This life - Cowboy Junkies

Linda música.

domingo, 4 de julho de 2010

Eternamente Completa


Queria esboçar-lhe algo, mas não consigo fazê-lo.
As palavras não podem exprimir o que não tem explicação.
Como explicar que só quero a mim, e querendo a mim
Prefiro ficar no silêncio de uma noite fria.
Como és bela e suave no acalento de um cobertor.
Saboreio a delicadeza da solidão.
Em mim encontrei a felicidade profunda.
Minha natureza em toda sua nudez
Em toda sua crueza
Não há mais véu nenhum
Apenas eu.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Plenitude



Assim como as flores,
As chuvas
O vento
E o sol
Ela apenas vivia
Por viver
Sem esperar
Havia enfim desabrochado
Na plenitude do seu ser
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sexta-feira, 18 de junho de 2010

'José & Pilar'




"Se eu tivesse morrido aos 63 anos antes de lhe ter conhecido, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora” (Declaração de amor de José Saramago à esposa Pilar Del Río).

Documentário 'José & Pilar' do diretor Miguel Gonçalves Mendes, com data de estreia prevista para novembro no Brasil.

Os dois se conheceram em 1987 e, segundo Mendes, completavam-se. “Ela lhe deu uma segunda vida”, resume o cineasta, em entrevista para o G1.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Entardecer


Algo doce na tarde
ventos suaves na árvore
As sombras da tarde refrescam
O sol passando entre os galhos
Os colibris, ao voar, espalhando suas penas
As montanhas se deslocam
As águas dos rios correm
Silêncio ao anoitecer
Ao acordar tudo se repete
Mas será outro dia
À tarde tudo será parecido
Com tudo diferente

domingo, 6 de junho de 2010

Non, je ne regrette rien

Hoje, nesse lindo dia, é o meu aniversário.

E olhando para trás, percebi que essa linda música da Edith Piaf ilustra bem o que sinto, não me arrependo de nada vivido até aqui.

Segue a tradução:

"Não! Nada de nada...

Não! Eu não lamento nada...

Nem o bem que me fizeram

Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...

Não! Eu não lamento nada...

Está pago, varrido, esquecido

Não me importa o passado!

Com minhas lembranças Acendi o fogo

Minhas mágoas, meus prazeres

Não preciso mais deles!

Apagado os amores

E todos os seus tremores

Apagados para sempre

Recomeço do zero.

Não! Nada de nada...

Não! Não lamento nada...!

Nem o bem que me fizeram

Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada... Não!

Não lamento nada...

Pois, minha vida, pois, minhas alegrias

Hoje, começam com você!"

Beijos a todos.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Impermanência


Outras existências por mais insípidas que fossem,
tinham pelo menos a possibilidade de um acontecimento.
O futuro era um corredor escuro que tinha ao fundo, uma porta bem fechada.
Não se ouviam os pássaros, tudo parecia estar morto naquela manhã.
Mas era sobretudo nas horas das refeições que ela ficara mais entediada.
Toda a amargura de sua existência parecia-lhe servida em seu prato.
E a noite, freqüentemente obstinava-se a não sair. Achava-se gorda e feia.
Vira pessoas que pareciam felizes pela janela, invejou aquelas existências tumultuadas.
As noites dissimuladas, os insolentes prazeres com todos os desvarios que não conhecia.
Irritava-se com um telefone tocando ou com uma porta entre-aberta,
lamentava-se pelo vestido que não possuía, pela felicidade que lhe faltava,
por seus sonhos grandes demais. Enfastiava-se com tudo e com todos.
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Entretanto, era tudo dor inútil, pois toda aquela rebelião era mera tensão pré-menstrual, no outro dia ela acordaria com os pássaros cantando em sua janela novamente.
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Isso se ela não se perdesse nesses devaneios que a trespassava.
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quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Jackie Brown" e seus 145 ...

Um dos longas que vale a pena ver de novo é sem dúvida o filme “Jackie Brown” do Tarantino. O primeiro, e até aqui o único, filme que Tarantino fez baseado em um livro, no "Rum Punch" do escritor norte-americano Elmore Leonard.

Um dos melhores filmes do Tarantino, senão o melhor, que inexplicavelmente não obteve sucesso. Mas o que me chamou a atenção essa semana e que não poderia deixar de postar por aqui, foi um vídeo onde um maluco, provavelmente sem ter muito o que fazer, juntou 140 dos 145 “fucks” do filme num clipe de 1 minuto no YouTube.

Olhem isso, chegou a ficar hilário:

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terça-feira, 18 de maio de 2010

Olhares


Não me olhe assim
Não me provoque
Continuaremos assim
Não se aproxime
Não quero saber da sua vida
O que você fez no final de semana
Ou dos seus problemas
Não fale nada
Não quero promessas
Não quero arriscar
E perder esse olhar

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Gypsy


Linda música. Segue a tradução:

"Quebrei o meu coração na estrada
Passo o fim de semana
Costurando os pedaços de volta
Lápis e bonecas passam por mim
Caminhar fica tão chato
Quando se aprende a voar
Não sou do tipo caseira
Desligue-se

E quem sabe o que poderá encontrar
Não confessarei todos os meus pecados
Você pode apostar que eu tentarei
Mas nem sempre se pode vencer
Porque eu sou uma cigana
Você vem comigo?

Eu posso roubar suas roupas
E vesti-las caso me sirvam
Eu nunca fiz acordos
Como uma cigana
E eu não vou recuar
Porque a vida já me machucou
E eu não vou chorar
Sou muito jovem para morrer
Se você quiser me deixar
Porque eu sou uma cigana

quinta-feira, 13 de maio de 2010

...


Poderia filosofar
Falar em códigos
Fazer-lhe poesias
Descrever-te em um conto
Mas isso traria você para mim?
Você ficaria ao meu lado?
Poderia lhe falar sobre os mistérios da vida
Mostrar-lhe algumas habilidades e virtudes que eu ainda guardo em segredo.
E lhe mostraria que ainda posso te surpreender
Mas isso traria você para mim?
Você seguraria a minha mão?
Poderia lhe compor músicas em notas românticas,
Daria seu nome a uma estrela
Falaríamos na língua dos anjos
Mas isso traria você para mim?
Você caminharia ao meu lado pelo resto de nossas vidas?
Poderia lhe dar o mundo
Poderia dançar para você até o nascer do sol
Poderia lhe escrever cartas diariamente
Dedicaria-lhe um livro
Mas isso traria você para mim?
Poderia passar a noite acordada ouvindo sua voz
Poderia lhe mostrar a simplicidade da vida
Poderia lhe ajudar a realizar seu sonho
Mas isso traria você para mim?

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Fiz o poema, mas não sei o título. Alguém tem alguma ideia?
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terça-feira, 11 de maio de 2010

Música

Conheci esse talentoso pianista, o Ryuichi Sakamoto, através de um amigo e simplesmente adorei.

Compartilho com vocês.

domingo, 9 de maio de 2010

A Felicidade Não Se Compra

Esse final de semana assisti um filme que há muito tempo eu planejava assisti-lo, porém só ontem realizei tal proeza. Trata-se do filme “A Felicidade Não Se Compra” de 1946 do diretor Frank Capra, um clássico imperdível sem dúvida. Um filme que fala das virtudes que todo ser humano deveriam ter como a compaixão, amor, honestidade, etc. Excelente roteiro, e agora entendo porque ele é sempre tão elogiado. Um filme que certamente levamos na memória para o resto de nossas vidas. Surpreende com a aparente simplicidade que, ao final do filme, percebemos o quanto a construção das cenas são complexas para seu desfecho emocionante.


“A Felicidade Não Se Compra” é até hoje um dos mais belos filmes pela sua simplicidade, porém sem parecer piegas. Quem ainda não assistiu, vai aí uma ótima dica.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Silêncio


Desejou chamá-lo, pedir seu apoio, pedir algumas palavras que acalentassem seu coração. Mas não podia. Ele não poderia e não saberia fazê-la subir para uma sensação mais branda e suave. E tudo que ele pudesse dizer, não lhe bastaria.

Ela sabia que nesse momento ela estava sozinha. Ela estava perdida em pensamentos sem dimensões, um mergulho cego. Agora subitamente compreendia que o amor se faz desejar o momento que vem num impulso, que vem no desejo de viver. Silenciou de novo olhando dentro de si. Cada vez mais tudo era passado...

Um passado tão sem explicação como o futuro. Ficava cada vez mais escuro, e ela começara a pensar nele apenas como uma sombra. Ele se apagava cada vez mais, escorregavam-lhe as lembranças por entre as mãos. E ela sozinha no mundo, cansada pelo excesso de palavras, sentindo apenas sua respiração. Mas a libertação dava sinais e ela já podia sentir seus impulsos surgindo dentro do seu corpo. Ela bem sabia. Era hora de acordar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Voltei!


Perdi alguns dias,
Perdi algumas semanas,
Perdi o rumo,
Perdi a paciência,
Mas eu voltei!

Perdi a cabeça,
Perdi o juízo,
Perdi a crença,
Perdi a lembrança,
Mas eu voltei!

Perdi o passo,
Perdi peso,
Perdi o ritmo,
Perdi a dança,
Mas eu voltei!

...............................................Perdi a razão,
...............................................Perdi a educação,
...............................................Perdi alguns cabelos,
...............................................Perdi a vergonha,
...............................................Mas eu voltei!

Perdi o limite,
Perdi a saúde,
Perdi a inquietude,
Perdi a inocência.
Mas eu voltei!

..........................Pergunte ao vigia,
..........................Pergunte ao porteiro,
..........................Pergunte ao frentista,
..........................Pergunte ao padeiro,
..........................Pergunte ao analista,
..........................Pergunte ao eletricista,
..........................Pergunte ao professor,
..........................Pergunte ao fotógrafo,
..........................Pergunte ao manobrista,
..........................Pergunte ao zelador,
..........................Pergunte ao jornaleiro,
..........................Pergunte ao carroceiro,
..........................Pergunte ao maquinista,
..........................Pergunte ao motorista,
..........................Pergunte, e todos responderão,
..........................Sim, ela voltou!

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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Nós que aqui estamos, por vós esperamos.



Documentário “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”, dirigido por Marcelo Masagão, lançado no Brasil em 1999.

O diretor dá uma volta ao mundo passando por guerras, dirigindo o olhar para a conseqüente banalização da vida e da morte.

A arte mostra a nudez de várias formas.

Religiões como o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduísmo e o Candomblé são abordados como formas de buscar a Deus e Masagão “choca” o espectador ao mostrar uma criança “em alguma esquina do hemisfério sul”, a espera de Deus. Abandonada, indefesa, e ainda assim, viva. Recorda a paz budista de Mahatma Gandhi, no Tibet, que venceu resistências imperialistas sem dar um tiro sequer.

No portal a frase: “Nós que aqui estamos, por vós esperamos” deixa ao espectador perguntas e respostas que só a linguagem cinematográfica é capaz de produzir.

Sem falar nas belas músicas de Wim Mertens.

Apresento-lhes apenas uma parte que já deixa uma boa reflexão.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Brasília

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Brasília, minha cidade. Deixo aqui minha homenagem.

A Terra Prometida

Poder dormir
Poder morar
Poder sair
Poder chegar
Poder viver
Bem devagar
E depois de partir poder voltar
E dizer: este aqui é o meu lugar
E poder assistir ao entardecer
E saber que vai ver o sol raiar
E ter amor e dar amor
E receber amor até não poder mais
E sem querer nenhum poder
Poder viver feliz pra se morrer em paz

Vinícius de Moraes

"Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destas montanhas, aparecerá neste sítio a terra prometida, donde fluirá leite e mel"

São João Bosco


Dom Bosco, um santo italiano canonizado pelo Papa Pio XI na Páscoa de 1934. É considerado o visionário que anteviu Brasília. Está escrito que, na noite de 30 de agosto de 1883, Dom Bosco teve estranho e iluminado sonho místico. Ele o revelou durante reunião do Capítulo da Congregação Salesiana realizada em 4 de setembro daquele ano. O padre Lemoyne anotou tudo.

O santo conta que foi arrebatado pelos anjos e viajou com eles num sonho que não era só sonho. Mas visão, fato maravilhoso, profecia: o advento de grande civilização num lugar incompletamente definido. A latitude é apontada num amplo intervalo, cinco graus. Uma imensidão. Para muitos, a antevisão de uma nova cidade, que crêem tratar-se de Brasília. Está no volume XVI da "Memórias biográficas de São João Bosco".




E não para de vir pessoas de todos os lugares para morar em Brasília. Esta semana três pessoas me procuraram, uma de Porto Alegre, outra de Curitiba e parece que mais uma de São Paulo, vieram morar na nossa capital. Para minha surpresa, entraram em contato comigo pois querem dar inicio a um grupo de estudos budistas e conseqüentemente uma comunidade com práticas regulares.

Eu que tanto já reclamei da falta de grupos assim por aqui, eles começam a se estabelecer no cerrado. Que ótima notícia, não?
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E sim, temos o céu mais bonito do mundo.
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sonetos com Pipoca

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Ganhei um livro que, no mínimo, diria que caiu como um deleite para mim. O livro “Sonetos de Willian Shakespeare”. Quem já leu sabe bem do que estou falando, quem ainda não leu, não sabe o que está perdendo. Já conhecia alguns, mas nunca havia dado a merecida atenção.

Os Sonetos de Shakespeare constituem uma coleção de 154 poemas sob a forma estrófica do soneto inglês que abordam uma galeria de temas tais como o amor, a beleza, a política e a morte.
Fica claro que para Shakespeare o amor é um sentimento sublime e com isso ele o expõe em todas as suas formas e nuances.

Publicado em 1609, a obra Sonetos foi o último trabalho publicado de Shakespeare sem fins dramáticos. Os estudiosos não estão certos de quando cada um dos 154 sonetos da obra foram compostos, mas evidências sugerem que Shakespeare as escreveu durante toda sua carreira para leitores particulares.

Existem também vários e vários filmes que citam os sonetos. Entre eles, o filme “Razão e Sensibilidade”, premiado filme britânico de 1995, dirigido por Ang Lee e com roteiro escrito pela atriz Emma Thompson, com base em romance homônimo de Jane Austen (uma de minhas escritoras favoritas), publicado em 1811. E além disso ainda contém o soneto 96 que mais aprecio pela sua essência.
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Nada há que impeça.
Amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
È astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou."

No filme a Marianne (Kate Winsley) cita uma parte desse soneto, mas em uma tradução um pouco mais simples.


“... o amor só é amor se não dobra a obstáculos
E nem se curva a vicissitudes,
É uma marca eterna que sofre tempestade,
Sem nunca se abalar.”


Sonetos, filme, amor e pipoca. Ótima combinação.

É isso.

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sábado, 3 de abril de 2010

Belos e Insanos

Duas dicas de filmes pra quem é vaidoso ao extremo e acha que a vida se resume a beleza exterior. Ou para quem, como eu, simplesmente gosta de um bom filme.

Para começar vamos ao clássico livro “O Retrato de Dorian Gray" do Oscar Wilde, ou se você não tem tempo porque fica horas se olhando no espelho, pode também ir direto ao filme que já são três as adaptações para o cinema do famoso livro. Em 1945, o diretor Albert Lewin fez a primeira versão da obra, com George Sanders no papel de Lorde Henry Wotton e Hurd Hatfield como protagonista. Em 1970, uma versão alemã do livro foi produzida, sob a direção de Massimo Dallamano. E a mais nova adaptação de Oliver Parker que promete ser um dos grandes sucessos cinematográficos do ano, que eu obviamente já assisti também e achei ótimo o elenco selecionado para esse filme (E não se enganem com o ator que escalaram para o Dorian Gray, o filme não é para a garotada, eu diria que a classificação ficará para menores de 16 ou 18 anos).

E para fechar o final de semana com a certeza de que ser vaidoso demais pode levar a loucura, indico o filme “A Condessa” que relata a história da aristocrata húngara Erzebet Bathory, lembrada principalmente como uma das maiores serial killers da história. Protagonizado pela atriz francesa Julie Delpy que traz de volta o espectro de uma condessa sanguinária, apresentando uma das vilãs mais famosas da Europa acusada de trucidar centenas de mulheres jovens, segundo a qual ela se banhava no sangue de virgens por acreditar que isso lhe garantiria a juventude eterna e um rostinho de pele macia.


Eu gostei dos dois filmes, cada um com sua peculiaridade. O primeiro juntamente com a questão da vaidade mostra que não só a rotina ou aquela vidinha pacata cheia de tédio cansam, mas uma vida cheia de prazeres e luxúria em demasia, ao contrário do que alguns pensam, também podem enfastiar do mesmo jeito, o que deixou o Dorian Gray numa melancolia total. No segundo filme, já mostra a vaidade ligada as paixões insanas que por vezes podem levar a uma doidice tremenda, como no caso da Condessa que queria parecer uma adolescente para o seu amante, se banhando de sangue de moças virgens.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Love Story




Esse início do desenho "UP" simplesmente demais. Vale a pena conferir essa linda história de amor.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

"Te Amarei Para Sempre"... ZZzzzzzzz


Adoro filmes. Quem me conhece sabe disso. E ontem foi a vez de assistir o filme “ Te Amarei Para Sempre” com Rachel McAdams e Eric Bana. Dirigido por Robert Schwentke.

O longa-metragem, baseado no livro de Audrey Niffenegger, conta a estória de Henry (Bana) e a sua “incrível” capacidade de viajar no tempo. Que aliás o título do filme "Te Amarei para Sempre", nada tem a ver com o original do livro “A Mulher do viajante no tempo”. Clare (McAdams) é exatamente esta moça que, desde pequena, sabe que irá se casar com Henry.

Um filme com um ótimo elenco, boa fotografia, mas com uma história sem pé nem cabeça (sem falar na total falta de química entre os atores). Desnecessário assistir um filme assim. Simplesmente não tem como se envolver.

Nada contra amores impossíveis. Mas achei o filme sem graça e com o final chatinho. Tirando tudo isso ficou apenas um pensamento: Que saco deve ser namorar com uma pessoa que viaja no tempo, sem ter controle sobre isso e sob a pena de sempre lhe deixar na mão. Passo!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Oi?


Às vezes eu esqueço os nomes das pessoas e objetos e quem está perto de mim até acha graça. Tudo bem nada demais. Mas tenho novidades: Piorei.
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Agora ando trocando os nomes das minhas filhas. E o pior, às vezes misturo tudo e coloco o nome da cadela lá de casa no meio. Acho que não digo coisa com coisa mais. Ando muito esquecida. Talvez seja por isso que não tenho postado mais nada, não lembrava mais que eu tinha um blog. Ah é mesmo, um não, dois.

Às vezes sento para assistir TV e penso: vou pegar meus óculos na minha bolsa, mas quando estou no meio do caminho ou quando abro a bolsa: “O que eu ia fazer mesmo?”. Será que quando envelhecemos ficamos assim mesmo.
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Outras pessoas me contam que com elas acontecem o mesmo, será? Alzheimer coletivo? Tá, mas não vamos ficar pensando muito nisso para não ficarmos muito preocupados e com isso mais estress e mais esquecimentos, sabem como é.
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Mas voltando ao assunto, do que era que estávamos falando mesmo?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pensamentos...

"Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer.
Simplesmente não há palavras.
O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo.
Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranqüilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora.Simplesmente as palavras do homem."

Clarice Lispector